quinta-feira, 9 de outubro de 2008

as ondas

A água batia no cais. As luzes da orla iluminavam a beira porcamente. O cheiro da maresia entrava por suas narinas sem que pudesse evitar. As ondas do mar, traziam lembranças que iam além do azul escuro da noite, mas dos seus cabelos que enroscavam como as ondas. Ela partira antes mesmo que pudesse emitir um "Eu te amo" tímido ao pé do ouvido. Agora nada restava, apenas o balanço mar.
Sentado só, apenas com a lua, chorava silencioso. Lágrima por lágrima, que se misturavam as águas, menos salgadas que o mar na praia. Seu corpo que dançava no ritmo mole no bar dos pescadores ainda estava vivo e sua mente, seu riso doce, aparecia, de vez em sempre, diante dos seus olhos para o alegrar. Mas a dona dele, jamais voltaria.
Foi quando ouviu cortando o silêncio, um lamento. Atentou e percebeu que era mais que isso, um canto lindo e doloroso de quem parte, deixando em terra alguém que ama. Foi quando teve certeza de que ela, esperaria por ele atrás das ondas.

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